O Município do Fundão emite um parecer desfavorável à instalação do chamado “Projeto Sophia”, no âmbito do processo de consulta pública de avaliação de impacto ambiental. A autarquia considera que a infraestrutura, tal como está apresentada, coloca em causa a proteção do território, a paisagem cultural e as oportunidades de futuro do concelho.
A proposta prevê uma ocupação de cerca de 393 hectares, incidindo sobre solos agrícolas e silvopastoris, afetando áreas da Reserva Ecológica Nacional e da Reserva Agrícola Nacional. Segundo o comunicado da autarquia, o projeto implicaria ainda o abate de 675 sobreiros e azinheiras, espécies protegidas, o que representa uma intervenção de impacto preocupante.
Entre os principais motivos para a rejeição está o facto de 222 hectares da área prevista para a central fotovoltaica coincidirem com o futuro Projeto de Regadio da Gardunha Sul, uma obra considerada estruturante para o futuro agrícola da região. O Município sublinha ainda que o projeto colide com a estratégia do Plano Diretor Municipal e afetaria gravemente a paisagem natural e cultural, num concelho que aposta no turismo e nas redes de Aldeias Históricas, de Xisto e de Montanha.
A autarquia refere que, embora defenda a transição energética e a descarbonização, esta não pode ser feita em desfavor das populações. Ouvidos os técnicos municipais e os presidentes das Juntas de Freguesia afetadas, foram manifestadas preocupações claras relativas ao impacto visual, à perda de identidade territorial e ao possível aumento da temperatura local. Até à data, ainda não deu entrada na Câmara Municipal qualquer pedido formal de licenciamento.
