As cinco associações socioprofissionais da Guarda Nacional Republicana saíram hoje claramente desiludidas da reunião com a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, e preparam-se para avançar com protestos. A decisão foi confirmada pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG), a maior estrutura representativa da corporação.
No final do encontro com a tutela, o presidente da APG, César Nogueira, foi taxativo ao classificar como “muito pouco” aquilo que a ministra apresentou. “Transmitimos à ministra que aquilo que apresentou foi muito pouco. Apesar de a direção da APG ainda se ir reunir, vai reunir-se para decidir formas de protesto”, declarou à Lusa.
A proposta inicial do Governo, apresentada às associações, prevê apenas a revisão imediata dos serviços remunerados. Já outras matérias consideradas prioritárias — como a atualização da portaria de higiene e segurança no trabalho, a revisão das carreiras, do estatuto remuneratório e do sistema de avaliação — foram deixadas “sem data de concretização”, o que acentuou o desagrado dos representantes dos militares.
A ministra deu ainda conhecimento de que o suplemento especial de serviço, atribuído aos militares da investigação criminal e unidades especiais, será atualizado em 2,15% a partir de janeiro de 2026. Segundo as associações, este ajuste traduz-se num aumento entre três e sete euros mensais, consoante as funções desempenhadas.
O sentimento de frustração é comum entre as diferentes estruturas da Guarda, que consideram a proposta insuficiente para responder às necessidades e reivindicações dos profissionais. A APG já conta com o apoio das associações de oficiais para avançar com ações de protesto, cujos moldes serão definidos nos próximos dias.
