Juventude Socialista de Castelo Branco opõe-se ao megaprojeto solar Sophia

A Federação Distrital de Castelo Branco da Juventude Socialista (JS) manifestou publicamente a sua oposição ao projeto energético Sophia, um empreendimento solar fotovoltaico previsto para os concelhos de Idanha-a-Nova, Fundão e Penamacor.

Numa posição emitida após uma reunião em Penamacor, no passado sábado, a JS distrital, embora reconhecendo a necessidade de acelerar a transição energética, alerta para os graves riscos que o projeto representa para a região.

A organização política sublinha que o território abrangido pela central solar e pelas linhas de muito alta tensão associadas concentra centenas de hectares de Reserva Agrícola Nacional (RAN), Reserva Ecológica Nacional (REN) e Rede Natura 2000, áreas com forte componente rural, florestal, aquífera e turística.

Segundo a Juventude Socialista, o empreendimento coloca em causa grandes áreas de potencial agroflorestal, converte a função económica da zona “única e exclusivamente para a energética” e “compromete a identidade dos diferentes territórios”. A JS alerta ainda para o “risco de industrialização de paisagens eminentemente rurais”.

A estrutura política cita dados que indicam que o projeto Sophia, juntamente com a Central Fotovoltaica da Beira, implicará “desmatação em larga escala, com o abate de milhares de sobreiros, azinheiras e extensas áreas de carvalhais”. É ainda referida a “mortalidade direta estimada de cerca de 16 mil aves selvagens” devido à colisão com as linhas elétricas.

A JS teme também que o património das Aldeias Históricas de Monsanto, Idanha-a-Velha e Castelo Novo, bem como a paisagem da Serra da Gardunha e do Parque Natural do Tejo Internacional, sejam “profundamente afetados”.

A organização apela, por isso, a uma “grande mobilização nos protestos” e ao “contributo à consulta pública” do projeto, promovido pela empresa Lightsource BP, que termina na próxima quinta-feira, dia 20 de novembro.

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