Numa nota de imprensa enviada à Rádio Caria, o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) informa que sentiu os efeitos da quebra de candidatos ao ensino superior a nível nacional, registando a colocação de 278 novos estudantes na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso. O número representa uma taxa de ocupação de 33% das vagas. Apesar da diminuição face aos 61% do ano anterior, a instituição viu os cursos de Enfermagem e Educação Básica esgotarem todas as suas vagas.
Num ano em que o ensino superior português perdeu seis mil alunos, a tendência de concentração de estudantes no litoral acentuou-se, com estas instituições a captarem 76% do total de colocados, quatro pontos percentuais acima de 2024. Este fenómeno afetou particularmente os politécnicos, que viram uma quebra média de 20% nos novos estudantes, segundo dados do Ministério da Educação, Ciência e Inovação.
Ainda assim, o IPG demonstrou forte procura em áreas estratégicas. A Escola Superior de Saúde destacou-se pelo crescimento, passando de 101 para 113 alunos colocados e aumentando a sua taxa de ocupação para 66,5%. Os cursos de Mecânica, Informática Industrial e Desenho de Equipamento e Ambientes também registaram resultados positivos.
Joaquim Brigas, presidente do IPG, reconhece os “bons resultados em alguns cursos” como um sinal de confiança, mas atribui a quebra geral à “concorrência profundamente desigual” criada pelo aumento de vagas nas grandes instituições do litoral. O presidente critica a política de coesão territorial, considerando-a um “título vazio” e defende a necessidade de “medidas concretas de promoção do ensino superior fora dos grandes centros” para garantir um país equilibrado.
A instituição aguarda agora com expectativa a 2.ª fase de candidaturas para preencher a maioria das vagas remanescentes, reafirmando o seu papel como “ator fundamental para o desenvolvimento num território de baixa densidade”.