Hoje, 22 de setembro, estão marcados protestos em 12 localidades de Portugal contra os incêndios, o abandono do território e a monocultura de eucalipto. Sob o lema “O país arde, temos de acordar“, os organizadores da iniciativa chamam os cidadãos a saírem às ruas em localidades como Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Castanheira de Pêra, Pedrógão Grande, Odemira, Vila Nova de Poiares, Sertã, Torres Novas, Gouveia, Arganil e Melres (Gondomar).
Os organizadores enfatizam a necessidade de um “sobressalto cidadão” para criar uma floresta com futuro, combatendo o abandono das zonas rurais e a excessiva plantação de eucaliptos, que são fatores decisivos na propagação dos incêndios em Portugal. O grupo também alerta para a “nova realidade climática”, que tem acelerado o processo de desertificação no país, ao qual os incêndios contribuem de forma devastadora.
O movimento tem como objetivo promover uma transformação de fundo no território nacional, apelando à criação de florestas resilientes, que possam suportar um futuro mais quente e ajudem a reabilitar o interior do país. Estas florestas seriam uma solução contra os incêndios mortais e a crescente desertificação.
As manifestações surgem após um verão trágico, no qual pelo menos sete pessoas morreram e 177 ficaram feridas devido aos incêndios que atingiram as regiões Norte e Centro do país desde o dia 15 de setembro, causando a destruição de dezenas de casas. De acordo com o sistema europeu Copernicus, a área ardida já ultrapassou os 135 mil hectares.
Os protestos, organizados por grupos de cidadãos, são um apelo urgente para que o governo e a sociedade civil tomem medidas decisivas e implementem políticas que possam evitar a repetição destas tragédias em Portugal.