O único balcão bancário da freguesia de Caria, pertencente à Caixa de Crédito Agrícola, está prestes a encerrar, situação que está a gerar forte contestação por parte da população local e da CDU do concelho de Belmonte. Em comunicado emitido no dia 1 de junho, a Coligação Democrática Unitária critica duramente a decisão, considerando-a mais um ataque ao interior e à qualidade de vida das populações envelhecidas e isoladas.
Apesar da promessa de manutenção da caixa ATM, a CDU questiona por quanto tempo tal garantia poderá ser sustentada e alerta para a possibilidade de os custos virem a ser suportados pelo erário público. A solução apontada pelos responsáveis — a disponibilização de serviços online — é, segundo a CDU, impraticável para a maioria da população, composta maioritariamente por idosos com grandes dificuldades de acesso e utilização das tecnologias.
No comunicado, é ainda feita referência ao alegado pagamento de 9500 euros mensais a Licínio Pina, ex-administrador da Caixa Central de Crédito Agrícola, por uma dedicação de “cinco a seis dias por mês”, comparando com o valor habitual de 1650 euros por presença em reuniões, como noticiado pelo jornal Público a 30 de maio.
A CDU acusa os responsáveis políticos de inação perante a degradação sucessiva dos serviços públicos no interior, apontando o encerramento do balcão como mais um episódio, a par das dificuldades já sentidas nas áreas da saúde e dos CTT. Defende, por isso, que o caminho deve ser o reforço da oferta pública para atrair e fixar população em Caria.
“A população merece que os responsáveis que elegeu se mexam e façam tudo para que estes e outros atentados às suas necessidades do dia a dia sejam evitados”, lê-se no comunicado.
A CDU reafirma a sua posição contra o esvaziamento do interior e exige mais e melhores serviços públicos para Caria e o concelho de Belmonte.
