Belmonte recorda período romano com evento na Torre de Centum Cellas

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O município de Belmonte promove, de quinta-feira e até ao dia 10, a primeira edição dos Dias Romanvs de Centvm Cellas, na torre com mesmo nome, com o objetivo de levar os visitantes numa viagem até à época do Império Romano.

“Esta será uma recriação histórica, que promete uma experiência envolvente e educativa no concelho de Belmonte, onde as raízes da presença romana ainda se fazem sentir de forma marcante”, sublinhou a Câmara Municipal, em comunicado.

Segundo a autarquia, no norte do distrito de Castelo Branco, no evento há um mercado de inspiração romana, oficinas temáticas – de teatros romanos, falcoaria e escrita da época – teatro sénior e infantil, contos encenados, música ao vivo e demonstrações de combates e lutas à moda antiga.

“Os Dias Romanvs de Centvm Cellas pretendem afirmar-se como uma celebração da herança clássica e da identidade cultural do concelho de Belmonte”, frisou o município.

A autarquia acrescentou que, ao reunir comunidade, escolas, associações locais e visitantes num espaço simbólico como a Torre de Centum Cellas, esta primeira edição do evento “marca o início de um ciclo anual que poderá crescer em notoriedade e participação”.

A Câmara destacou, na programação, momentos como a peça “A grande tragédia fiscal”, o espetáculo infantil “Ulisses e o cavalo de Tróia” e o concerto com encenação “Nos montes de Viriato”.

Para o dia 10 está prevista uma conversa, na qual historiadores e especialistas vão abordar os enigmas ainda por resolver acerca da origem e função da Torre Centum Cellas, para reforçar a dimensão educativa do evento, desafiando o público a refletir sobre o passado e a sua ligação ao presente.

A entrada é gratuita e a programação completa pode ser consultada na página da Câmara de Belmonte.

As ruínas têm suscitado as mais diversas teorias e originado variadas lendas.

Uma das versões aponta que o monumento teria sido uma prisão com cem celas, daí derivando o nome Centum Cellas, onde teria estado cativo São Cornélio, razão pela qual o monumento também é conhecido por Torre de São Cornélio.

Há várias teses sobre o uso da Torre, desde templo, prisão ou albergaria, mas a sua história continua em estudo.

Em 2020, o Ministério da Cultura delegou na Câmara Municipal de Belmonte a gestão do espaço, no âmbito do processo de descentralização de competências.

A Torre de Centum Cellas foi sujeita a obras de consolidação da estrutura e, ao lado, foi construído o Centro Interpretativo, num investimento conjunto superior a 700 mil euros.

O Centro Interpretativo abriu ao público em 2024 e no local podem ser vistos conteúdos multimédia, assim como objetos encontrados nas escavações e são divulgadas as diferentes teorias sobre a génese do monumento localizado em Colmeal da Torre.