O ano letivo 2025/2026 arranca no distrito de Castelo Branco com um défice de, pelo menos, 44 professores, segundo um levantamento realizado pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) junto da totalidade dos 21 agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas da região. A FENPROF já anunciou o reatamento de greves a partir desta terça-feira, 16 de setembro, como resposta aos problemas que se perpetuam.
De acordo com os dados recolhidos pelo SPRC até ao dia 12 de setembro, a falta de recursos humanos é uma realidade em 61,9% das escolas do distrito, com quase um terço destas a reportar um agravamento da situação face ao ano anterior. Entre as direções que admitem carências, mais de metade (57,14%) destaca especificamente a falta de docentes, o que coloca em risco o início das aulas para um número elevado de alunos.
Para além da falta de professores, o inquérito do sindicato revela uma série de outros problemas que afetam as escolas do distrito. São apontadas questões como o envelhecimento do corpo docente, o incumprimento dos rácios de pessoal não docente — com um impacto grave no acompanhamento de alunos com necessidades específicas — e a sobrelotação de turmas. As direções escolares alertam ainda para as dificuldades na contratação de professores e na integração de alunos imigrantes, como nos agrupamentos Pêro da Covilhã e Frei Heitor Pinto, que acolhem 28 e 29 nacionalidades, respetivamente.
As condições físicas de alguns edifícios são também motivo de grande preocupação. O caso mais grave assinalado é o do Pavilhão Desportivo de Penamacor que, segundo o relatório, corre o risco de não poder funcionar devido a infiltrações e ao seu estado de degradação, apesar dos alertas feitos à autarquia.
Perante esta realidade, a FENPROF anunciou que irá retomar, a partir de hoje, as greves ao sobretrabalho, à componente não letiva de estabelecimento e às horas extraordinárias. Segundo a federação sindical, estas formas de luta visam “corrigir alguns abusos nas escolas e constituem um instrumento importante para defender os professores”.
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