No passado mês de Agosto, o Executivo Municipal de Belmonte aprovou por maioria, com os votos contra dos Vereadores Carlos Afonso e José Mariano, a alteração de tarifário de águas, saneamento e resíduos sólidos urbanos para o concelho de Belmonte. A decisão surgiu após um parecer da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). O aumento da factura ronda os 40% “face ao prejuízo anual de um milhão de euros que a Câmara tem.”
O tema foi abordado pela bancada do PSD na última sessão da Assembleia Municipal de Belmonte. A deputada Telma Matos destacou os 62% de água tratada que a ERSAR considera perdida no concelho, segundo dados de 2021, e sustentou que em vez de resolver o grave problema de falta de eficiência da rede de distribuição o Executivo cobra aos consumidores, pedindo-lhes que paguem o que o Executivo não tem capacidade para resolver.
O deputado do PSD, Humberto Barroso (foto), afirmou que a Câmara Municipal de Belmonte “recebe tostões e paga milhões pela água que não bebe não vê”. O elevado aumento do custo da factura da água tem vindo a afectar o orçamento das famílias, são aumentos “que ninguém percebe, ninguém entende e ninguém dá uma explicação clara, rigorosa e sensata”. O deputado entregou um requerimento à mesa da Assembleia Municipal para que sejam disponibilizados um conjunto de documentos importantes “para saber com rigor o que se passa.”
Na resposta aos argumentos apresentados pelos deputados do PSD, o Vice-presidente da Câmara de Belmonte referiu que os 62% de água tratada, que a ERSAR considera perdida no concelho, não correspondem à realidade. Alertando que nessa percentagem está a água que é consumida por algumas instituições que não têm contador e que por isso não é contabilizada. Paulo Borralhinho relembrou que, apesar do aumento, “Belmonte continua a ter das águas mais baratas do País”.
Recordar que no passado mês de Agosto, o presidente da Câmara Municipal afirmou que está a pensar “muito seriamente” abrir um concurso para uma empresa especializada nesta área “fazer um estudo que forneça dados concretos” para poder tomar decisões, entre as quais, a eventual denúncia do acordo com a empresa Águas de Portugal.
O responsável pela Divisão Técnica Municipal de Planeamento, Obras e Urbanismo garantiu que desde que, há dois meses, a autarquia chamou a si a gestão da leitura dos contadores “já se fez muita coisa, incluído muitos cortes a quem não pagava a factura da água e há pessoas a fazerem ligações directas ilegais, o que é também um problema.”